terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Já...?



É isso aí... Mesmo meu blog ainda não passando de um recém-nascido, ele já foi contemplado com um selo! É alegria demais para uma blogueira só...
O selo "Este Blog Tem Sabor" foi concedido por Paulo César "PC", do blog "DE TUDO UM POUCO, MINHA OPINIÃO" (http://detudoumpoucominhaopiniao.blogspot.com). Muito obrigada por este selo, Paulo César! É uma grande honra para mim saber que meu blog tem sabor (risos). Seu reconhecimento só me dá mais combustível para que meu caminhãozinho carregado de letras continue firme e forte na estrada!...
Como manda a regra, abaixo estão blogs que eu leio e acredito que também merecem este selo:

http://nascidaemversos.blogspot.com/
http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com/
http://altitudesjablog.blogspot.com/
http://seeutecontarminhavidavocechora.blogspot.com/
http://assimounao.blogspot.com/
http://luizadissecoisas.blogspot.com/
http://decodecodes.blogspot.com/
http://dizendoaovento.blogspot.com/
http://florestasciberneticas.blogspot.com/
http://aderyanneesoares.blogspot.com/

Um abraço e até a próxima!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Incidentes da vida...

Antes de qualquer coisa, quero dizer que não é falta de criatividade ou qualquer outra coisa falar sobre esse assunto, estou-o apenas fazendo porque tenho vontade...
Sempre que eu passava com o ônibus da faculdade e passava pela Polícia Rodoviária Federal, via aqueles carros amassados e pensava: "Será que algum dia irei ver um acidente?..." ou apenas se isso iria demorar para acontecer. Eu olhava para os carros e tentava imaginar como eles haviam ficado daquela maneira. Não me interpretem mal, talvez fosse uma curiosidade mórbida ou algo do gênero, mas eu tinha uma pontinha de vontade de ver... Talvez porque achasse que aquilo fosse me dar um choque de realidade ou porque achava que por toda a minha vida só veria acidentes pelo ângulos de câmeras, e não com meus próprios olhos... Acho que não sou muito normal...
A única coisa que pretendo deixar clara aqui é que nunca olhei para um carro e torcia para que acontecesse algo... Eu só pensava que, se fosse para acontecer, que algum dia eu pudesse matar essa "curiosidade mórbida" de ver uma cena dessas sem saber se iria acontecer, como em uma novela ou filme. Sem trilhas sonoras ou câmeras lentas. Natural, como a vida...
O fato é que, sexta-feira, 24 de dezembro, por volta das seis horas da tarde, quando voltava pra minha cidade pela BR-101, um carro ultrapassou o que eu estava. O trecho já está duplicado, então, não foi tão arriscado assim. O problema é que ele estava em altíssima velocidade, e freou. A pessoa que estava dirigindo o carro em que eu estava disse que um pneu daquele carro havia furado, e provavelmente, por lógica, deveria ser por esse motivo que a máquina derrapou e o pneu "cantou"... O tal carro foi para o outro lado da pista e... enfim, bateu em outro carro. O exato momento em que ocorreu a batida não pude ver porque estava no banco de trás, mas o barulho eu pude ouvir... O mais incrível é que o outro lado da estrada estava praticamente vazio, ou seja: é como se eles tivessem que bater... Se o outro carro tivesse um pouco mais à frente ou um pouco mais atrás, não teria acontecido nada, pois como eu disse, a estrada estava praticamente vazia. Mas o cara conseguiu acertar justamente o único carro que havia na estrada em muitos metros... Mas pelo que vi de longe, parece que, graças a Deus, o acidente não foi muito grave... Parecia haver apenas uma pessoa em cada carro e a batida não teve impacto maior porque o veículo que derrapou havia perdido velocidade e o outro, do outro lado, havia reduzido.
É por isso que o ser humano parece não saber exatamente o que quer... Pronto, foi satisfeita minha "vontade". Mas na hora... Eu já estava com uma certa dor de cabeça por causa do calor... Ver aquele acidente me deu um nó na garganta... Uma sensação muito estranha... Muitos pensamentos começaram a "apostar corrida" em minha cabeça: "Nossa, meu Deus, acabei de presenciar um acidente!...", "E se fosse nosso carro do outro lado?", "E se ao invés de invadir a outra pista ele houvesse perdido o controle naquela mesma pista e tivesse batido em nosso carro?"...
De repente, me dei conta de que (novamente) as coisas que a gente menos espera podem acontecer. E acontecem. É incrível como algo que vemos nos jornais todos os dias torna-se algo muito mais impactante quando é visto pessoalmente... É como se a vida dissesse: "Viu? Sou eu quem comando tudo e escrevo a história até o fim. Não depende da sua vontade, mas apenas e exclusivamente da minha. Posso surpreender e assustar. E da próxma vez, pode ser qualquer um, inclusve você". É assustador... Tanto que, na hora, dei-me conta de que era possível sim, um acidente comigo. Por que não? Estou acima do bem e do mal? Possuo algum poder para escapar de fatalidades? Infelizmente, não...
Pensamentos ecoaram em minha cabeça, e "caiu a ficha" de que a brevidade da vida pode ser "ainda mais breve" para muitos... É uma tristeza ver jovens morrendo por bobagens (uma amiga com a qual eu não tinha mais contato e seu namorado morreram num acidente de moto, e um colega dela, no ano seguinte, também; uma turma que perdeu dois colegas num período de um ano...); além de crianças!... É um pecado mesmo...
O que realmenta me revolta é o fato de que, em grande parte das vezes, uma das partes é responsável e obedece as leis de trânsito... E seu esforço é jogado no lixo... Um rapaz que dirige moto uma vez me falou que não tem medo de dirigir longas distâncias porque toma cuidado... Eu respondi: "Sim, você toma... Mas e os outros?"...
Muitas vezes, somos obrigados a deixar parte da nossa vida na "mão" dos outros... Mas "faz parte"... Minutos depois do acidente, eu pensava que podia acontecer qualquer coisa comigo, a qualquer instante. E pior, no período letivo, estou lá, no ônibus, de segunda a sexta, por uma hora... E sempre "quase" acontece algo. É inevitável, ainda mais que um de meus motoristas "pisa fundo no acelerador"...
Mas tentei "desencanar"... Pode acontecer algo comigo? Pode. Com você? Pode. Nem Michael Jackson, que era o Rei do Pop, amado como artista e pessoa, podia vencer a morte (parece que as pessoas acreditam que fosse impossível ele morrer, pois ficam inventando razões para ele estar vivo...). Pode acontecer algo com qualquer pessoa. Mas se passarmos a vida evitando o trânsito porque podemos bater o carro, o avião porque pode cair, o navio porque pode afundar ou até simplesmente uma caminhada porque podemos ser atropelados, não poderíamos chamar nossa vida de vida. Seria uma espécia de cárcere, em que seríamos o preso e o carcereiro. Fatalidades podem acontecer, mas surpresas boas também. É a vida, e se não arriscarmos ao menos nas coisas mais simples... não seria uma espécie de morte?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Metalinguagem

É... andei meio sem inspiração. Por isso, escreverei sobre algo inusitado e, ao mesmo tempo, óbvio: a inspiração!... Já ouviram falar em metalinguagem? Esta é uma função de linguagem que tem por objetivo falar da, digamos, forma de arte com a qual algum trabalho artístico é construído. Quem nunca leu algum poema sobre... a poesia?
Inspiração, para mim, é algo muito subjetivo. Já me inspirei em muitas coisas para escrever meus poemas, muitas mesmo. Houve uma semana em que eu desandei a escrevê-los... Muitas vezes, eu chegava a parar de fazer o que estava fazendo para escrever. Era muito bom, gratificante e prazeroso. Faz muito bem, é como se você alimentasse a linguagem com o que alimenta a alma.
Hoje, serei curta e grossa (comparada a alguns posts)... Uma vez, um professor da faculdade disse que um poeta falou que a poesia é construída à base do sofrimento, ou algo parecido. Eu discordo desse poeta (que não me recordo quem seja): na maioria das vezes, realmente é, mas quantas vezes já vi poemas (e já escrevi também) sobre a felicidade, o prazer de estar vivo? O otimismo também inspira...
Inspire-se! No que você gosta, não gosta ou odeia. No que chama sua atenção, no que desperta suas emoções mais indescritíveis ou mesmo no que é indiferente pra você. Inspire-se na vida, no amor, na amizade e no bem-querer. Na esperança, na desilusão ou na incerteza. No passado, no presente e no futuro. No sol, na lua, nas estrelas e até nos dias nublados. Nos olhos, na boca e no coração. Na alma, no céu e no inferno. Na felicidade e na tristeza. Na realidade e na fantasia.
Não apenas inspirar-se para escrever um poema, compor uma música ou pintar um quadro. Mas inspirar-se para viver a vida! Se minhas sugestões acima não adiantaram para você, deixo aqui meu último palpite: para viver, inspire-se na vida! Abuse da metalinguagem para compor a obra de sua vida!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Doce Menina Amarga

Doce menina amarga, que sonha acordada com seu príncipe desencantado. Brilho de seus olhos, ele a faz enxergar melhor o mundo e a cega, ao mesmo tempo. Ele a faz falar sozinha, ora falando com Deus, ora fingindo que está falando com ele. Como se ele a pudesse ouvir!... O amor em si é tolo? Ou é amor personificado que transforma o mais cético dos seres em tolice pura? Nem amando para saber...
Enquanto os filósofos calculam a resposta de uma equação de números abstratos, a doce menina amarga continua sua luta. Ela travou uma guerra com si mesma, na qual ela perderá de qualquer jeito. E pensa em se entregar, para ela ainda ter a chance de não perder duas das coisas que mais valoriza: a admiração e o respeito.
Uma pausa para a guerra; ela olha as estrelas através da janela fechada. Desafia sua mente com os mais divertidos pensamentos, como um encontro furtivo na sorveteria, um sorvete de chocolate e um beijo de morango. Um beijo doce, suave e azedo ao mesmo tempo, bem como a mistura da vida.
De repente, a menina tem suas asas da imaginação cortadas pelo fantasma da realidade. Mas ela ainda tem seus anseios de irrealidade, e continua a fazer ficção com o coração, à base de uma saudade de algo que não aconteceu.
E então, ela faz de conta que olha para o céu de sua cama, e sorri para seu anjo da guarda, que retribui com uma pesada carga de paz. Ela fecha os olhos, e vê o amor distante, nos dois sentidos da palavra. Ela esquece a dor que sentirá na coluna no dia seguinte e curva-se toda, fazendo a melhor figura de menina apaixonada para os céus, que assistem-na atenta e discretamente.
Triste felicidade é o que melhor define a doce menina amarga. O mar de inspiração que a hidrata vem das lágrimas. Seu combustível é a vontade de amar, e a vontade de amar é o seu maior martírio. A escuridão foi o que para ela acendeu. A doce menina amarga, que encara a vida como bênção e carga, sou eu.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Bilhete em branco

Cinco horas da manhã. Cecília dormia em seu quarto tranquilamente, quando acordou com o som de batidas na porta de seu quarto. Era sua mãe, Mariana. "Quero falar com você", disse a mãe. "E precisava me acordar a essa hora?". "Precisava. Eu nem dormi até agora de tanto pensar... Minha cabeça está estourando, já estou quase ficando louca de tanto pensar e pensar".
Cecília tremeu. Lá vinha mais uma discussão. Seus pais já haviam se separado havia mais de dez anos, mas desde três anos antes, quando sua irmã caçula Laura fora embora, não sabia que tinha princípio um inferno dentro de sua cabeça. Laura começara a visitar o pai, apesar da distância que as irmãs sempre mantiveram do pai. Mariana estranhara, porém, não proibira.
Uma sequência de problemas tinha início. Mariana e Laura começaram a brigar infinitamente, depois dos fins de semana da menina na casa do pai. A mãe acreditava que a filha contava ao pai tudo que acontecia dentro de casa. No meio da semana, as coisas voltavam a ficar ao normal, mas na segunda-feira, começava tudo novamente. Cecília detestava aquela situação, chegando a ficar de certa forma aliviada quando Laura fora morar com o pai. Ela pensou que tudo estava acabado. Mas não estava.
Depois de um ano, mais ou menos, o centro das atenções era Cecília! Mariana acreditava que Cecília, assim como Laura, tinha contato com o pai e "repassava" tudo que acontecia em sua casa. Justo Cecília, que tinha horror a fazer isso... Justo ela, que sempre tentara parecer perfeita para os pais, especialmente para a mãe, esforçando-se nos estudos principalmente por isso. Deixando de ir a festas por isso. Deixando de pensar em namorar por isso. E fazendo e deixando de fazer muitas outras coisas por causa disso. Justamente pelo medo que Cecília tinha de perder sua base de sustentação, sua fonte de segurança e carinho, ela tinha medo de perder a confiança de Mariana, e contava tudo a ela. Pelo menos, tudo que tivesse relação ao pai ou a irmã, depois que esta saíra de casa.
E Mariana era uma pessoa que se considerava intuitiva e muito esperta. Provavelmente era pelo medo de ser enganada ou traída, principalmente pelas filhas. Ela realmente tinha seus motivos para odiar o ex-marido e a nova esposa dele, mas Cecília não tinha a menor intenção de estar no meio daquilo.
Por isso, Mariana desconfiava sempre de Cecília. Tudo que a garota fazia ou deixava de fazer, era motivo de desconfiança. Tudo. Tudo mesmo. Cecília repensava mais de dez vezes o que ia falar, para Mariana não fazer suas interpretações, porque ela fazia. Cecília não podia falar com ninguém, porque não podia falar da situação que se passava ali dentro. Por outro lado, não podia desabafar com sua própria mãe, que interpretaria tudo como teatro.
Cecília sempre dissera que ficaria com a mãe, porque gostava de conviver com ela e confiava apenas nela. No entanto, Cecília começava a repensar aquilo, pois Mariana não queria que a filha dissesse a ninguém onde iriam morar; entretanto, ela sempre pensaria que a filha teria informado à "quadrilha". Por outro lado, se dissesse aquilo, Mariana pensaria que Cecília já estava "passando para o outro lado" e deixando-a sozinha, já que, segundo ela, era o que a "quadrilha" sempre quisera.
Cecília não aguentava mais aquela tortura psicológica, que ela mesma chamava de inferno. Era como se o fogo da dúvida lhe queimasse a alma. E ela pensava seriamente em acabar com a própria vida, deixando faculdade, amigos, a música e um possível amor, que provavelmente Mariana pensaria que era alguém da "quadrilha". Quem sabe com essa atitude Mariana acreditaria na filha. Ou não, já que Mariana, mesmo que improvavelmente, poderia pensar que, ainda assim, isso fazia parte do "plano".
Então, Mariana começou a falar tudo de novo, que desconfiava dela, de algumas atitudes recentes da filha e comentários. Mariana acreditava que a "quadrilha" continuava a arquitetar seus planos para conseguir a tal casa, que, depois de sair da cidade, ela pretendia destruir, já que esta havia sido motivo de muitas intrigas e discussões. A partir daquele momento, era Cecília que tinha vontade de fazer isso...
Cecília retrucou, nervosa, com medo de sua mãe não acreditar: "Mãe, eu juro que eu não fiz nada disso! Poxa vida, eu... sempre estive aqui, do seu lado, e você não acredita em mim!". Mariana acreditava que até as brigas eram propositais!
Depois de muita discussão, Cecília "esqueceu" de pensar o que falaria, e falou que se a situação continuasse daquela maneira, teria de tomar uma atitude drástica. Mariana realmente começou a rir, ironicamente. "O quê? Agora eles estão falando em morte com você? Mas a vítima seria você ou eu?". "Mãe, cansei disso tudo!", disse, entre lágrimas. "Eu não sou uma personagem, sou uma pessoa! Você acha realmente que essas lágrimas são de brinquedo? Você acha que eu seria capaz de vestir uma fantasia de tristeza se estivesse feliz? Nem parece que a gente conviveu por toda a minha vida. Agora, me deixe dormir". Mariana saiu, gritando coisas que Cecília não fez questão de entender o que era e bateu a porta, enfurecida.
No dia seguinte, tudo estava bem novamente. Como sempre acontecia. Entretanto, Mariana sempre fugia da realidade, deixando de prestar atenção em Cecília e navegando do mar do pensamento. Cecília percebia claramente quando a mãe não prestava atenção, mas nem sempre falava, senão, seria outra discussão. Todavia, esta logo veio, como não podia deixar de ser. Após lágrimas e gritos, Mariana teve de sair para ir ao supermercado. Cecília perguntou se ela estava levando a chave, e Mariana logo perguntou o porquê, sem esconder a desconfiança. Cecília respondeu, num grito meio sonolento, que iria para a cama dormir, porque dormira mal. Mariana estranhou, mas disse que estava levando a chave sim, e saiu sem dar o beijo que sempre dava.
Cecília foi para a cama, e chorou até se cansar. Perguntou-se a que horas a mãe chegaria e, num ímpeto, pensou na primeira coisa que seria rápido e menos dolorido possível. Procurou água sanitária na água de serviço, e foi para a cama. Ficou olhando para a garrafa de água sanitária, lembrando dos amigos que fizera na faculdade, numa possível viagem aos Estados Unidos que tanto quisera, num beijo que nunca dera no seu primeiro e único amor, e na música, que ultimamente, era sua única alegria, aquela alegria de fazer a pessoa sorrir sem perceber. Começou a cantar uma música que achava linda e triste, e que passava a mensagem de aproveitar a vida enquanto se pode. "Que ironia...", pensou ao parar, com medo de que os vizinhos a ouvissem cantar. E, num ímpeto, chorando, bebeu a quase metade do conteúdo da garrafa. Parecia que havia uma fogueira dentro de seu estômago, e não havia água que pudesse apagar. Além disso, uma forte dor na cabeça. No meio daquele sofrimento todo, que parecia maior do que qualquer coisa, nem conseguiu pensar que se livraria de tudo. E morreu, ali, deitada na cama, contorcendo-se até desmaiar completamente, esquecendo-se de escrever o bilhete que sempre planejara escrever na situação. No entanto, uma imagem vale mais que mil palavras, e quando a visse morta, era provável que Mariana finalmente acreditasse na filha.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Casamento

Tentei promover um casamento diferente, entre o sonho ingênuo e a razão impertinente. Vesti com um vestido de puro branco a razão, e o sonho com a fantasia do coração. A razão não gostou da roupa do sonho, que retrucou: "essa é a roupa que eu sempre ponho!".
Brigas antes do casamento: tive de rever meu intento. Equilibrar tudo dentro de mim não é tão fácil assim. O noivo parece querer bagunçar tudo que a noiva quer organizar!... As asas do sonho são cortadas pela razão, que quer abafar a voz do coração. O sonho, por sua vez, alimenta a razão com insensatez. Tudo que o sonho quer é fazer a razão feliz, do modo que ele sempre quis. Entre tapas e beijos, as brigas superam os desejos. É tanta loucura que a alma apura...
A solução é encontrada: uma decisão deve ser tomada. Ou me inundo nos prazeres do sonho e de sua infinidade ou encarcero minha alma num misto de sensatez e brutalidade. Posso ouvir os gritos dos noivos aflitos. Do casamento a razão desiste, deixando o sonho mais triste. A esperança dissipou-se dando lugar a uma melancolia que a tristeza trouxe.
E eu, cadê a conciliação que o casamento prometeu? Esvaiu-se com o sol do entardecer, mostrando uma lua que eu não queria ver... Não quero dar ao sonho desgosto dando à razão seu posto. Entretanto, a razão não quero desmerecer, que me aconselha com todo o seu saber. O jeito é conciliar o raciocínio com a vontade de sonhar. Minha alma não é boa em matemática, e as metades são diferentes na prática. No fim da contagem, qual ficará em vantagem? Dependerá da situação, em que a alma predominantemente vai ouvir a cabeça ou agir com o coração.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Imaginação

Hoje, pausei um filme que estava vendo para ir beber água e, quando voltei, percebi que havia pausado exatamente no tempo de uma hora. Achei aquilo tão incrível que comentei com minha mãe. Com a imensa vastidão de segundos e minutos no filme, eu pausei em 1:00:00!...
Esse pensamento, agora, só me fez abrir a cabeça para uma ideia: as coisas mais incríveis da vida eu nunca consigo prever. Porque todo o resto eu prevejo. Sou uma pessoa incrivelmente pensativa, penso em tudo, tudo mesmo. Crio fantasias em minha mente, me imagino como outra pessoa, em uma outra situação ou em um outro lugar. Fico imaginando como eu seria há centenas de anos atrás ou daqui a centenas de anos, se houvesse reencarnação. Fico me imaginando como seria se eu tivesse acabado de nascer, se tivesse 10 anos de idade, 30 ou 70. Fico imaginando como eu seria se fosse homem. Se chego atrasada, imagino como seria se tivesse chegado adiantada, e vice-versa. Se estou em aula, imagino como seria se estivesse em férias, e vice-versa. Imagino como seria se Jack não tivesse morrido de frio em Titanic. Fico imaginando que tudo poderia ser de um modo diferente.
Eu, por exemplo, estou adiantada nos estudos, pois tenho 17 anos e já terminei o segundo semestre da faculdade. Então, fico me lembrando de uma série de situações que criaram a possibilidade de eu repetir o ano durante o ensino fundamental. Fico pensando como seria se eu não tivesse feito o Enem de 2009, já que, incrivelmente, o de 2010 conseguiu superar em termos de desastre. Fico pensando como seria se tivesse começado Administração ou Ciências Contábeis. Fico pensando como seria se não tivesse conhecido o pessoal que conheci, pessoas divertidas, engraçadas, sérias, enfim, uma diversidade da qual eu precisava urgentemente para abrir minha cabeça para o mundo. Fico imaginando como seria se eu não sentisse saudade de ninguém especial. Faz apenas uma semana que eu não o vejo, mas já parece um mês. Imagino como serão os próximos três meses...
Onde estão a coerência e e a conclusão de meu pensamento? Se quiserem esperar um pouquinho, eu ainda procuro... mas acredito que já me alonguei demais, então, o pensamento coerente fica para o próximo post. Fiquem imaginando o que quiserem para a conclusão (risos).
Já que o final não ficou feliz nem infeliz para sempre, encarrego vocês dessa tarefa: comentem e deixem registradas algum fato recente que surpreendeu vocês, não porque acreditavam que não ia acontecer, mas porque nem passou pela cabeça de vocês que poderia acontecer...
Um abraço e até a próxima!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Problemas

Antes de qualquer coisa, quero alertar que esse não é um post "normal". Os problemas a que me refiro no título são em relação ao Blogspot: não consigo acessar, de jeito nenhum, o blog, e consequentemente, não consigo comentar.

Portanto, esse texto só foi postado para agradecer os comentários do Érico Pena, do William e da Fran Diehl, e a todos os visitantes do meu blog, que ainda é um recém nascido que requer muito cuidado e paciência para crescer forte e saudável!

É isso aí! Um beijo para todos...

A Morte da Inocência

Era uma vez uma menina linda, de cabelos dourados e cacheados chamada Inocência. Seus olhos eram do mais puro e brilhante azul, e sua pele era alva como a lua. Suas bochechas eram ligeiramente rosadas e levemente redondas. Não era alta para chamar a atenção; mas também não era baixa a ponto de não ser notada.
Assim como todo e qualquer esteriótipo que caracteriza uma personalidade, seu jeito de ser tinha suas vantagens e desvantagens: Inocência era pura e verdadeira, mas, ao mesmo tempo, ingênua. Todos percebiam sua sinceridade, e por isso mesmo, aproveitavam-se de sua extrema bondade.
Com o passar do tempo, Inocência cresceu, assim como suas virtudes. Enquanto crescia, era cada vez mais rara a presença de pessoas como ela. Suas virtudes começaram a ser exclusivamente suas, o que começou a gerar um pensamento intrigante: se ninguém mais era inocente, por que Inocência ainda era? Por que ela seria tola a ponto de possuir uma virtude em que ninguém mais acreditava? Porque era o que ela acreditava, apenas e exclusivamente por isso.
Na verdade, o problema era que as pessoas começaram a sentir inveja de sua pureza, e quiseram disfarçar-se de Inocência para conseguir o que queriam. A situação chegou a tal ponto que todos eram a Inocência, e ao mesmo tempo, não eram.
Como todos podiam ser Inocência? Inocência só havia uma, e ponto final. Suas virtudes passaram a não valer mais nada, e a partir de então, o fingimento passou a ser encarado como natural. Ou seja: quem fingia ser Inocência, sabia que não seria acreditado. Era uma espécie de teatro, em que o ator tem que representar para passar uma verdade que o telespectador aplaude se for bem feito, mas sabe que é mentira. Quem "se dá bem" é quem finge bem, e não quem é de verdade.
Vendo que ninguém acreditava mais nela, Inocência acabou com a própria vida, afogando-se num mar de mentiras sufocante. Ela deixou alguns filhos espalhados pelo mundo, que, misturando-se na vasta hipocrisia dominante, não conseguem mais se distinguir deles. Na teoria, todo mundo é filho da Inocência, assim como todos os presos de um presídio não cometeram crime algum.
Um dos filhos da Inocência, um dia, falou para um amigo de suas origens. O amigo respondeu:
- Inocência? Isso não é uma lenda?
Seus filhos, baseados em sua história, também morreram cedo, deprimidos, deixando cada vez menos filhos. Raridades preciosas que, infelizmente, foram cobertos com a fumaça da mentira. Espera-se apenas que essa fumaça fique apenas por fora e não atinja suas entranhas, ou o mundo estará realmente perdido.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Verdade x Mentira: Uma questão de paradoxo

Por que há a mentira? A resposta poderia render linhas e linhas de discussão, mas pode ser reduzida a apenas uma afirmação: porque há a verdade. Sem luz, não há sombra. Sem o bem, não há o mal. E sem verdade, não há mentira. É uma interdependência sinistra. Dois lados perversos de uma mesma moeda.
Há apenas uma situação que propicia a mentira: a ausência da verdade, a sua inexistência perante uma situação. Muitas vezes, mente-se para ficar "bem na fita", "não pagar um mico" ou "ganhar aquela gatinha". Suas formas são as mais diversas. Pode-se mentir para tirar proveito de uma situação, para fazer o bem e (acredite se quiser) para o outro não pensar que você está mentindo. É surreal.
No entanto, ainda mais surreal é o jogo de mentiras. Os dois lados sabem que o outro está mentindo, e fingem que não sabem. Quando chega-se a este ponto, em que a fantasia que veste a verdade está rasgada e não cobre mais nada, mas mesmo assim, finge-se que ela está perfeita e é real, a verdade já não tem mais valor. Ela já chegou ao fundo de um poço infinito, no qual não é mais possível alcançá-la. E quem está no meio do tiroteio de mentiras é praticamente obrigado a atirar também, ou sairá ainda mais ferido. É lamentável, o enterro da ilusão e da esperança, o velório da verdade. Um velório no qual é possível ressucitar o morto a qualquer momento, mostrando que a dignidade ainda é possível, mas ninguém o faz. Todos contemplam a verdade, chorando o morto num misto de verdade e mentira. Se choram, é porque a querem de volta; mas para trazê-la de volta, deve-se começar pela prática da sinceridade. Lágrimas falsas pela verdade. Fica o paradoxo.

Bem-vindos ao meu blog!

Olá, gostaria de desejar as boas vindas ao meu blog. Aqui será o espaço de reflexões, ideias, filosofias, sentimentos, piadas, ironias, comédias e dramas. Meus pensamentos que eu tanto quero compartilhar. Tudo "junto e misturado". Há muito tempo que tenho pensamentos que queria que fossem lidos por alguém; entretanto, não os posso mostrar a quem me conhece. Por isso, resolvi pôr tudo num blog.

Gostaria de que todos comentassem, concordando ou não, os meus posts. É para isso que estou aqui: conversando com quem eu posso conversar.

Obrigada pela atenção!