terça-feira, 26 de julho de 2011

Frieza


O que fazer quando estamos tornando-nos pessoas que não gostaríamos de ser? É difícil controlar as mudanças que o tempo e as circunstâncias ocasionam na gente.
Ultimamente, tenho ficado um pouco fria para a vida, e isso me lembra um poema que escrevi no ano passado, sobre o frio e a frieza. Sempre fui emocional demais para o meu gosto, e isso também era ruim, me fazia sofrer. Mas parece que às vezes perseguimos o sofrimento, e isso parece ser até automático.
Por razões extremamente particulares (mas não sendo minha vontade), tenho falado bem pouco com meus amigos nas férias da faculdade. Para falar a verdade, faz uns cinco dias que não falo com um deles; tendo em vista que em outras férias era praticamente todo dia, houve uma grande redução...
Mas, para a minha surpresa, isso acabou tornando-se um teste para mim. Sou extremamente apegada a eles, chegaria a dizer que minha alegria tem dependido deles em certos momentos, apesar de nesse exato momento minha vida estar um pouco mais tranquila.
Então, nesse "teste" comigo mesma, acabo por me testar se conseguirei ficar muito tempo longe deles, porque, se fizer o que pretendo fazer depois de acabar a faculdade, nunca mais tornarei a vê-los. Então, estou forçando o elástico desde agora para ele já estar cansado quando for a hora de esticá-lo ao máximo, no limite.
Tanto que não estou tão ansiosa para o retorno das aulas como nas outras vezes. Quero vê-los, falar com eles, dar um abraço; mas isso não está mais em primeiro plano. Estou tentando aproveitar ao máximo as férias do jeito que eu posso, e por isso, me conformo de ainda não vê-los.
O problema é que não conseguimos admitir que estamos nos tornando frios e, muitas vezes, tentamos enganar a nós mesmos, sofrendo apenas para nos sentir mais humanos. É da natureza humana sofrer (eu que o diga...), mas o homem sofre porque é humano; não invertamos a causa e a consequência. O sofrimento deve ser a consequência de sermos humanos, e não a causa.
Devemos ter consciência de que nada mudará em relação ao mundo e o que somos; os maiores beneficiados da liberdade da "auto-tortura" somos nós mesmos. Mas apesar de tudo, ainda sinto-me um pouco fria demais para o meu gosto... Espero que amenize com a (tão esperada) primavera.

Um comentário:

  1. Nesses momentos oque precisamos é nos concentrar e buscar dentro de nós a luz que precisamos para clariar nossas mentes. Um grande abraço.

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