segunda-feira, 4 de julho de 2011

Reflexos


Não, não tente me entender. Entender é simples demais. Tente explicar-me, abstraia o que eu sou e devolva-me, na forma mais simples possível.
Entender... Eu já me entendo. Não preciso de mais sínteses, quero avaliações reais e com base em fatos, que descrevam-me além da cor da íris dos olhos: quero explicações que comecem justamente do outro lado desse espelho, e vão até o fundo da alma.
Por outro lado, não quero apenas um espelho de mim, plano e simples. Quero um mar, com todas as minhas águas, ondas, espumas e bolhas. E que ainda me reflita.
Tente, esforce-se. Já nem sei mais o que eu sou (e nem sei se isso é bom ou ruim). Ao menos, seria gratificante, não? Explicar a alguém tão perdido seu caminho; tanto o que já tomou, embaçado pela névoa da emoção e da (má) lembrança, e o que deve-se tomar, tomado pela sombra diabólica da dúvida.
Afinal, só deixamo-nos viajar com um guia confiável, um motorista que pareça inspirar segurança. O que fazer quando esse guia somos nós mesmos, e o veículo é a nossa vida?

4 comentários:

  1. Adorei o texto!... Sempre muito bem-elaborado e bem-escrito! Como sempre... :)
    Esse blog está sempre me ensinando muita coisa!

    http://blogdacamila-blog.blogspot.com/

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  2. É o que buscamos, não é verdade? Um mar com todas nossas águas e que ao mesmo tempo nos reflita. Maravilhoso texto. Um grande abraço.

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  3. Adorei o texto, lindas palavras!

    Bjs,
    http://placestyle.blogspot.com/

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  4. Lindo texto,

    Beijos;

    http://rabiscoscriativos.blogspot.com/

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